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São poucos os países que fabricam microprocessadores, como os chips de computadores ou telefones celulares, em escala comercial. A produção concentra-se na Ásia. O Brasil tentou por diversas vezes criar uma indústria nacional. Nenhuma iniciativa, pública ou privada, prosperou. O país importa, anualmente, 5 bilhões de dólares em chips. Tais componentes são um dos maiores responsáveis pelo déficit comercial de 27 bilhões de dólares no setor de eletrônicos. Na tentativa de superar o atraso, o governo decidiu, em 2008, criar a Ceitec, estatal que funciona na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Mas essa fábrica utiliza uma tecnologia defasada e opera em ritmo experimental.

Na semana passada, firmou-se um negócio do qual poderá surgir a primeira grande fábrica brasileira de chips. Uma sociedade entre a STI, do grupo Semp Toshiba, e a japonesa Toshiba deu origem à STI Semiconductor Design. Inicialmente, essa nova empresa vai se dedicar apenas ao desenvolvimento do projeto (ou desenho) de chips. No Brasil, será feita a parte “arquitetônica”. A “construção” efetiva dos componentes se dará principalmente na Ásia. Ainda assim, como a propriedade intelectual representa até metade do custo final de um chip, o país poderá economizar dólares na balança comercial. A empreitada contará com a parceria do Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun, de Campinas. É nesse instituto que funcionará a nova empresa – e nele também foram selecionados os primeiros vinte engenheiros que passaram por um período de treinamento numa fábrica da Toshiba, no Japão. A companhia é a terceira maior produtora de chips do mundo, atrás apenas da americana lntel e da sul-coreana Samsung. No Brasil, a Toshiba mantém uma joint venture, há mais de três décadas, com a brasileira Semp. Afirma Afonso Hennel, presidente da Semp Toshiba: “Esse investimento é um primeiro passo para, quem sabe, termos uma fábrica completa no Brasil”. Os primeiros modelos deverão ser produzidos para rastrear veículos e gado, por exemplo. Essa etapa inicial consumirá 4 milhões de dólares. Fazer uma fábrica custa até 1000 vezes mais, além de demandar um time de ao menos 200 engenheiros qualificados – mão de obra de que o Brasil não dispõe atualmente. Para o país ter uma fábrica, precisará vencer essa barreira, além de demonstrar que seu mercado consumidor tem dimensão suficiente para justificar um investimento desse porte.

Fonte: Veja

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